“Papillon” 2018

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Crime, Drama

Realização: Michael Noer

Argumento: Aaron Guzikowski

Elenco: Charlie Hunnam, Rami Malek, Eve Hewson, Roland Moller…

Inspirado nos livros autobiográficos e best-sellers mundiais “Papillon” e “Banco”, o filme segue a épica história baseada em factos verídicos de Henri “Papillon” Charrière, um arrombador de cofres do submundo parisiense, que é injustamente incriminado por homicídio e condenado a prisão perpétua na colónia penal da Ilha do Diabo.

 

 

Por acaso desconhecia esta história, apesar de já existir um filme de 1973 baseado nos mesmos documentos. Esse factor aliado ao facto de se basear numa história verídica (embora a autoria esteja envolta em polémica), despertou-me a curiosidade. Papillon foi condenado a prisão perpétua, e primeiro por necessidade, criou uma improvável aliança com o falsário Louis Dega, que em troca de proteção concordou em financiar a fuga de Papillon. Juntos planearam a mais corajosa fuga alguma vez contada. E, ao passarem tanto tempo juntos, daí nasceu uma amizade.

O argumento do filme explicou de forma satisfatória a história de Papillon, mas não só. Também foi, de certa maneira, uma lição de história e humanismo. Naquele tempo, as condições das prisões nas colónias eram desumanas, não existia qualquer respeito pela dignidade humana. Não se estranhou, portanto, o facto de muitos tentarem fugir, apesar do perigo que isso também significava. Mas, também exemplificou a tenacidade do espírito humano, e a importância de nunca desistir. E, se calhar, quando o saber fazer. Acho que estas duas opções estiveram bem exemplificadas nas duas personagens Papillon e Dega. Papillon verbalizou mais a sua vontade de ser livre, e de nunca perder a esperança. Já Dega era mais calculista, mas também se deixou levar pela possibilidade de ser livre.

Contudo, o argumento e a realização são inconstantes. Compreendemos bem o que estamos a ver, mas não existe algo que distinga este filme de tantos outros. Falta qualquer coisa.

Outro dos factores que me fez ver este filme foi o elenco. Charlie Hunnam já provou que era um bom actor em Sons of Anarchy, por exemplo, mas neste filme também o provou. O seu compromisso com a personagem e a história foi de louvar. A certo ponto do filme, quando Papillon foi colocado em solitária, Charlie Hunnam conseguiu transparecer de forma verídica a degradação física e psicológica da personagem. Viu-se que o actor perdeu algum peso para o papel. Já Rami Malek também não desapontou. Conseguiu transmitir a fragilidade de Dega, á primeira vista, mas também a sua inteligência e desenrascanço digamos. E, encarnou fisicamente a personagem com os seus tiques e maneirismos. Os dois tiveram boa química e parceria no ecrã.

“Papillon” é um filme inconstante que vale a pena assistir para conhecer a história verídica e pela interpretação de Hunnam e Malek.

Classificação- 3,5 em 5 estrelas

 

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